Como dito nos artigos anteriores, Não basta a criação de uma Força Nacional de Bombeiros, o fortalecimento dos Corpos de Bombeiros Estaduais e a criação de Corpos de Bombeiros Municipais para resolver o grave problema brasileiro de quase inexistência de serviços de socorro no País. Toda esta máquina a ser criada e desenvolvida precisa de uma rede de articulação e coordenação que faça com que o cidadão brasileiro e o estangeiro que nos visite tenha uma real segurança contra desastres. Esta máquina não pode ser somente reativa, mas sim pró-ativa, atuando na prevenção do desastre e, na sua ocorrência, articulando o acionamento das equipes de socorro o mais rápido possível, de modo que os danos causados sejam mínimos.
Uma das motivações da criação da Força Nacional de Bombeiros é a de ser o organismo gestor de uma Rede Brasieira de Atendimento a Emergências. A FNB e os Corpos de Bombeiros Militares e Municipais estariam interligados numa malha informacional única, tendo todos os organismos interligados entre si. A coordenação geral desta malha seria da FNB. Nos âmbitos estaduais, todos os corpos de bombeiros municipais de um Estado estariam sendo coordenados pelo Corpo de Bombeiros Militar daquele Estado.
Nesta rede estaria inserida uma grande base de dados sobre as ocorrências de socorro, atualizadas em tempo real, por onde se teria uma radiografia completa do perfil do atendimento aos chamados de socorro, por município, por região, por Estado e em nível de País. Nesta rede estariam listadas todas as necessidades por pessoal, material formação, aperfeiçoamento de cada corpo de bombeiros do País, de onde se poderia oferecer atendimento personalizado e pontual para o suprimento destas necessidades.
Outra vantagem desta rede seria a construção integrada e atualização, em tempo real, de um mapa de riscos de desastres do Brasil, contendo informações até em nível municipal, o que poderia dar suporte aos gestores públicos no desenvolvimento de políticas de prevenção de desastres, de acordo com o nível de risco e prioridades estabelecidos nas políticas publicas.
As solicitações de reforços também seriam feitas por esta rede onde, usando-se na filosofia do Sistema de Comando de Incidentes, os reforços e a cadeia de comando seriam estabelecidas, diminuindo o tempo-resposta do apoio e consequentemente uma maior rapidez da retirada de pessoas e bens das áreas atingidas e uma substancial melhoria dos trabalhos de mitigação dos danos e o controle dos vetores desencadeadores dos desastres.
Esta rede poderia ser dotada de um sistema integrado de gestão de crises, onde todos os nós da rede (os copos de bombeiros integrados) poderiam participar do processo, o que determinaria a disponibilização de um aporte infinitamente maior de recursos, além de um banco de conhecimentos, que poderia ser disponibilizado, com experiências semelhantes e todo o procedimento decisório tomado, que poderiam ajudar em caso de gestão de crises em cenários semelhantes.
Uma Rede Brasileira de Atendimento a Emergências se justifica não somente com o pouco aqui explicitado. Muito mais ela pode proporcionar, tanto para o Governo quanto para o cidadão. Mais sobre esta rede será falado em artigos posteriores.